Em um cenário onde a sustentabilidade não é mais uma opção, mas uma necessidade estratégica, empresas de diversos setores buscam maneiras inovadoras de conciliar crescimento econômico com a conservação ambiental. Nesse contexto, os conceitos de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD+) e Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA) emergem como ferramentas capazes de promover a proteção dos ecossistemas em oportunidades de negócios rentáveis.
O REDD+ não apenas contribui para a redução dos efeitos das mudanças climáticas ao fomentar a conservação das florestas e gerar créditos de carbono de alta integridade, como também se apresenta como uma nova alternativa de geração de renda anual para o proprietário da terra, atraindo organizações comprometidas com suas metas de mitigação.
Na mesma linha de geração de renda a partir da floresta em pé, os projetos de PSA, os projetos de PSA monetizam serviços ambientais essenciais, como sequestro de carbono, regulação hídrica e biodiversidade, criando incentivos financeiros para proprietários de terras e comunidades locais protegerem seus ativos naturais.
REDD+ e PSA
REDD+ é a sigla para Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal, com Benefícios para a Conservação, o Manejo Sustentável das Florestas e o Aumento dos Estoques de Carbono Florestal. Trata-se de um mecanismo criado no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), cujo objetivo principal é mitigar as alterações do clima ao reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) provenientes do desmatamento e da degradação florestal, promovendo ao mesmo tempo o desenvolvimento das comunidades do entorno. Esse conceito funciona por meio da medição e certificação do carbono estocado, convertendo-as em créditos que podem ser vendidos no mercado voluntário.
Especificamente sobre o mercado voluntário de créditos de carbono, segundo estudos da McKinsey & Company, tal mercado movimenta cerca de 350 milhões de dólares por ano, com crescimento anual de 20% e potencial de impulsão em 15 vezes até 2030.
Ainda de acordo com o levantamento, 40% dos créditos gerados são relacionados à proteção de florestas e/ou restauração florestal destacando a importância e potencialidade dos projetos REDD+.
No portfólio da Reservas Votorantim, por exemplo, está o REDD+ Cerrado, primeiro projeto de carbono do Cerrado brasileiro viabilizado por meio do Legado Verdes do Cerrado, área de 32 hectares em alto grau de conservação administrada pela empresa.
Registrado na Verra, o REDD+ Cerrado tem potencialidade de certificar mais de 13 milhões créditos de carbono em 40 anos. Somente em sua primeira emissão (2017 a 2021), houve a certificação de 316 mil toneladas de carbono.

Nessa mesma linha o PSA, sigla para Pagamento por Serviços Ambientais, é uma ferramenta econômica que funciona como uma forma de remuneração aos que promovem e mantêm práticas que protegem e/ou recuperam áreas naturais que fornecem benefícios ambientais essenciais, como sequestro de carbono, conservação da biodiversidade, proteção de recursos hídricos e controle de erosão dos solos.
A Reservas Votorantim também está neste mercado. Entre 2022 e 2023, a empresa desenvolveu a PSA Carbonflor, metodologia inédita de geração de créditos de carbono por meio da conservação florestal, que teve sua primeira aplicação no Legado das Águas, maior reserva privada de Mata Atlântica do país. Em 100 anos, o projeto estima gerar 1.705.655 créditos de carbono. Somente em sua primeira emissão (2017 – 2023), foram geradas 93.410 toneladas de carbono.
Outro projeto que a empresa faz parte do desenvolvimento é o PSA Carbon Agro Perene. Criado pela Citrosuco, em parceria com a Eccon Soluções Ambientais e a Reservas Votorantim, a metodologia inédita, que está em consulta pública, busca mensurar serviços ecossistêmicos em áreas conservadas e áreas produtivas dentro de propriedades rurais brasileiras, incluindo o carbono florestal.

Independente das peculiaridades, tanto o REDD+ quanto o PSA são instrumentos poderosos para promover a conservação ambiental e o desenvolvimento sustentável. Desta forma, empresas que incorporam essas metodologias em suas estratégias não apenas fortalecem sua agenda ESG (sigla inglesa para Ambiental, Social e Governança, em português), mas se destacam na busca pela neutralidade de carbono, conformidade com metas climáticas globais e na construção de um futuro mais sustentável para todos.
*Thayná Agnelli é jornalista formada pela FAPCOM, tem experiência em gestão de redes sociais e é responsável pela criação de conteúdo para a Reservas Votorantim.