A Responsabilidade Social Corporativa (RSC) vem se tornando um elemento fundamental nas estratégias empresariais atuais. Empresas que adotam iniciativas sustentáveis não apenas aumentam sua competitividade, mas também garantem sua permanência no mercado ao gerar impactos positivos na sociedade e no meio ambiente, aspectos cada vez mais valorizados pelos consumidores. Um estudo da Sherlock Communications revelou que 90% dos brasileiros consideram que as ações sociais e ambientais das empresas influenciam diretamente sua percepção sobre elas. Além disso, 77% dos entrevistados afirmaram que dão preferência a produtos e serviços de companhias comprometidas com causas socioambientais.
E não para por aí!
No âmbito comercial, empresas que incorporam a sustentabilidade em suas estratégias, se destacam no mercado. Conforme a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), que estabelece critérios para a classificação de fundos sustentáveis e busca oferecer maior segurança aos investidores, o patrimônio líquido dos fundos voltados à sustentabilidade e governança alcançou 1,07 bilhão de reais em fevereiro de 2021, representando quase o dobro registrado um ano antes. Já a captação líquida nesses fundos foi de 307,9 milhões de reais no primeiro bimestre de 2021, um crescimento de 787% em relação ao mesmo período de 2020.

Dentro desse contexto, as Soluções Baseadas na Natureza (SbN) emergem como abordagens que alinham a Responsabilidade Social Corporativa com o enfrentamento de desafios socioambientais, como mudanças climáticas, segurança hídrica e perda de biodiversidade, ao mesmo tempo em que fomentam o desenvolvimento econômico.
No pilar ambiental, as SbN utilizam os serviços ecossistêmicos fornecidos pela natureza para resolver problemas e alcançar resultados que sejam benéficos para toda a cadeia ecológica. Isso inclui a conservação e restauração florestal, o manejo sustentável de recursos naturais e a criação de infraestrutura verde. Segundo um estudo da The Nature Conservancy, por exemplo, as SbN são capazes de fornecer até um terço da mitigação necessária até 2030 para manter as temperaturas globais habitáveis.
Estratégias corporativas para implementação de SbN
Embora os benefícios das Soluções baseadas na Natureza sejam evidentes, sua implementação apresenta desafios, como a necessidade de investimentos significativos e a capacitação de profissionais especializados. De acordo com um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) e do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), mais de 60 milhões de pessoas atualmente trabalham em atividades relacionadas às SbN em todo o mundo, contudo, estima-se que investir tais atividades possam criar até 32 milhões de novos empregos até 2030, sendo a África, América Latina e Estados Árabes as regiões com maiores ganhos, já que a participação na taxa de emprego mundial em SbN aumentaria cerca de 35%, alcançando mais de 13 milhões de pessoas.
Além da geração de postos de serviço, o relatório From Grey to Green: Better Data to Finance Nature in Cities, da PNUMA, aponta a necessidade de aumentar de 200 bilhões de dólares para 542 bilhões dólares o financiamento global de SbN até 2030 para que as cidades consigam lidar com as mudanças climáticas, a perda de biodiversidade e a degradação do solo.

Empresas que incorporam práticas sustentáveis obtêm vantagens expressivas. Internamente, a implementação da Responsabilidade Social Corporativa contribui para o fortalecimento da cultura organizacional e para o aumento do engajamento dos colaboradores. Externamente, investir em Soluções baseadas na Natureza posiciona as organizações como referências no setor da economia verde. Um exemplo disso é a Reservas Votorantim, que oferece uma variedade de serviços focados em SbN, auxiliando empresas a atingirem metas ambientais tanto em nível nacional quanto global.
Dentre os serviços de seu portfólio, a restauração ecológica e os créditos de carbono são destaques. Somente em 2024, a empresa trabalhou em projetos que plantaram 55 mil mudas nativas e restauraram 282 hectares de floresta, o equivalente a 394 campos de futebol. Além disso, emitiu até o ano passado 509 mil créditos de carbono, sendo que mais 95% foram vendidos. Para 2025, a previsão é de emissão de 172 mil créditos de carbono dos biomas Mata Atlântica e Cerrado.

Abraçar a responsabilidade social corporativa nos modelos de negócios é uma estratégia que gera valor compartilhado, beneficiando empresas, sociedade e meio ambiente. Ao adotar práticas sustentáveis, as organizações não apenas atendem às expectativas de um mercado em transformação, mas também fortalecem sua reputação, aumentam sua competitividade, estimulam a economia e geram impactos significativos para a sociedade e o meio ambiente reforçando seu compromisso com a construção de um legado positivo para um futuro sustentável.
*Thayná Agnelli é jornalista formada pela FAPCOM, tem experiência em gestão de redes sociais e é responsável pela criação de conteúdo para a Reservas Votorantim.