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Num mundo onde a atenção às questões ambientais se torna essencial para mitigar as mudanças climáticas, outra temática também ganha destaque: a pegada de carbono.
A pegada de carbono (em inglês, carbon footprint) é uma medida que avalia a quantidade total de gases de efeito estufa (GEE) liberada na atmosfera como resultado das atividades humanas diretas ou indiretas. Essas atividades incluem desde o uso de energia em residências e transporte até a produção de bens e serviços consumidos pela sociedade.
O termo tem sua origem em uma analogia com a pegada ecológica, conceito desenvolvido pelos pesquisadores e ecologistas William Rees e Mathis Wackernagel na década de 1990, o qual mede a quantidade de recursos naturais consumidos por uma população e/ou atividade e compara esse consumo com a capacidade da Terra de regenerar tais recursos. A partir dessa ideia, emerge a concepção de pegada de carbono, que se popularizou no início do século XXI e traz à tona as marcas que deixamos no planeta.
Cálculo e redução da pegada de carbono
A pegada de carbono quantifica o impacto ambiental das emissões de carbono de um produto, pessoa e/ou empresa e embora possua a palavra “carbono” no nome, o conceito não reporta apenas à emissão de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, outros gases que intensificam o aquecimento global, como o metano (CH4) e óxido nitroso (N2O), também entram na conta. Entretanto, como uma maneira de padronizar o cálculo, as ‘pegadas’ são medidas em toneladas de carbono equivalente (CO2e).
Mas por que calcular e reduzir a pegada de carbono?
Calcular a pegada de carbono é fundamental para a compreensão e redução do impacto social e empresarial em toda a cadeia ecológica.
De acordo com dados do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), o Brasil é o sexto maior emissor de GEE, com 3% do total global, ficando atrás de China, EUA, Índia, Rússia e Indonésia. Somente em 2022, o país emitiu 2,3 bilhões de toneladas brutas de GEE.
Agora falando especificamente das emissões individuais, estimativas da Organização não Governamental (ONG) ambientalista The Nature Conservancy revelam que cada pessoa gera, em média, quase 4 toneladas anuais de CO2. Tendo em vista este dado, a ONG aponta a necessidade de redução para pelo menos a metade da pegada de carbono individual até 2050 para que haja uma contenção rápida do aquecimento global. Desta forma, ao quantificar as emissões de GEE associadas às atividades cotidianas, é possível identificar onde estão as maiores fontes de emissão para que estratégias de redução sejam implantadas. E isso não apenas contribui para a mitigação das mudanças climáticas, mas também pode gerar economia de recursos, melhorar a reputação de uma empresa e, logo, demonstra o comprometimento com a sustentabilidade.
Pegada de carbono corporativa e a compensação
Assim como as pessoas, as empresas também realizam atividades que geram GEE. E é neste contexto que a compensação de carbono surge como uma alternativa viável de controle à pegada de carbono corporativa.
A prática faz parte do processo de descarbonização do planeta e está promovendo um aumento significativo das iniciativas de reflorestamento e conservação de duas maneiras. A primeira, chamada ‘iniciativas de insetting’, é voltada para empresas que querem neutralizar suas emissões por meio de plantio de árvores. Já a segunda, conhecida por ‘iniciativas de offsetting’, tem o foco em quem busca pela compra de créditos de carbono gerados por projetos certificados.
Dentro da lógica de offsetting, também existe o mecanismo de geração de créditos de carbono através de empresas que investem para reduzir suas emissões, ou seja, há uma parceria entre quem gera e quem precisa compensar suas emissões residuais, possibilitando que uma empresa compre créditos de carbono de outra.
Neste cenário de compensação, compra e venda de créditos de carbono, a Reservas Votorantim emerge como uma empresa referência no assunto, onde tem buscado alternativas para gerar crédito de carbono a partir da floresta conservada ou pelo plantio de novas áreas florestais, por meio da restauração ecológica.
A empresa lidera dois projetos inéditos no Brasil: o primeiro projeto de REDD+ do Cerrado brasileiro – que em 2023 completou um ano desde a certificação e teve sua primeira venda de créditos totalizando 4,3 milhões de reais; e a PSA Carbonflor, uma metodologia inédita de mensuração dos serviços ecossistêmicos, incluindo o carbono florestal, via projeto de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), que tem o potencial calculado de gerar, em 100 anos, 1,7 milhão de créditos (C+) para organizações que precisam compensar sua pegada de carbono. Além disso, provê soluções de insetting, ao propiciar que empresas interessadas incorporem o plantio de árvores em suas estratégias corporativas.
A conscientização sobre a pegada de carbono é mais do que uma mera preocupação ambiental, é uma necessidade urgente em face das mudanças climáticas. Por isso, ao enfrentar o desafio de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, a sociedade e empresas não apenas protegem o meio ambiente, mas também garantem a viabilidade de negócios, sobretudo oportunidades verdes, em prol de um futuro mais limpo, saudável e próspero para todos.
*Thayná Agnelli é jornalista formada pela FAPCOM, tem experiência em gestão de redes sociais e é responsável pela criação de conteúdo para a Reservas Votorantim.