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Sala de Imprensa

Espécie de peixe é registrada pela primeira vez em Goiás

Peixe pacu foi registrado em 2020 no Pará e, posteriormente, encontrado no rio Traíras, em Niquelândia, Norte Goiano

Pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) registraram pela primeira vez uma espécie de pacu, a Myloplus nigrolineatus¹, no rio Traíras, em território do Legado Verdes do Cerrado – Reserva Particular de Desenvolvimento Sustentável de propriedade da CBA (Companhia Brasileira de Alumínio). Esse foi o primeiro registro da espécie em Goiás, que é nativa do Sistema Hidrográfico Tocantins-Araguaia, descrita recentemente pela ciência, quando foi descoberta em 2020, nos principais afluentes da Bacia do rio Amazonas no Brasil, estados do Amazonas e Pará.

O registro da espécie no Norte de Goiás é fruto do “Levantamento da Ictiofauna (conjunto das espécies de peixes)” – uma iniciativa do Legado Verdes do Cerrado – realizada pelos pesquisadores Rafael Braga do Amaral, doutorando no Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Animal da UFG, e a professora Luciana Damacena Silva, pós-doutorado em Parasitologia, que coordena a pesquisa de parasitos em peixes na Reserva, sendo o Levantamento de Ictiofauna, uma extensão desse estudo. 

O levantamento no Rio Traíras, que também teve início em 2020, foi encomendado pelo Legado Verdes do Cerrado com o objetivo de mapear as espécies de peixe existentes na extensão do rio Traíras no território da Reserva. 

De acordo com o pesquisador responsável pelo registro, Rafael Braga, a Myloplus nigrolineatus foi descoberta e descrita em 2020, por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Universidade Federal do Amazonas (UFAM)¹, Universidade Federal do Pará (UFPA) University of Bristol do Reino Unido². A espécie é nativa da Bacia Hidrográfica Tocantins-Araguaia, a mesma do rio Traíras, no entanto, o animal foi encontrado na extensão abrigada pelo Legado Verdes do Cerrado. “Realizamos a pesquisa em outros pontos do rio Traíras, mas a espécie só foi registrada na área da Reserva. Esse é um tipo de peixe bioindicador, isso significa que a presença dele demonstra a qualidade da água e do ambiente”, acrescenta o pesquisador. 

Para comprovar que se tratava da espécie Myloplus nigrolineatus, o pesquisador informa que foi feito contato com a curadora Profª Drª Carla Pavanelli, da Coleção Ictiológica do Núcleo de Pesquisa em Limnologia, Aquicultura e Ictiologia (Nupélia) da Universidade Estadual de Maringá, no Paraná.

“As espécies do gênero Myloplus podem apresentar semelhanças e para classificá-las corretamente são necessários diversos exames, incluindo de DNA. Nesse sentido, o contato com o Nupélia foi fundamental para confirmarmos essa descoberta em Goiás”, explica Braga, que tornou a espécie objeto de pesquisa do seu doutorado com parasitos de peixes.

Braga ainda explica que o gênero Myloplus possui 13 espécies válidas e a maioria das espécies de pacus possuem importância para a pesca comercial e subsistência. O pacu encontrado no rio Traíras pode ser distinguido dos demais por apresentar cromatóforos (manchas pretas) escuros nas escamas da linha longitudinal do peixe que conferem uma aparência de linha lateral preta, uma das principais características dessa espécie.

Parasitos e qualidade da água

Ao contrário do que pode dizer o senso comum, a presença de determinadas espécies de parasitos em peixes indica a qualidade da água onde habitam, pois são seres sensíveis e suscetíveis a mudança do ambiente, como poluição química, orgânica ou até mesmo térmica, influenciando nos índices parasitários nos peixes. Nesse sentido, a descoberta do Myloplus nigrolineatus no rio Traíras tem tido uma contribuição fundamental, como informa a pesquisadora Dra. Luciana Damacena, à frente do estudo de parasitos em peixes realizado no Legado Verdes do Cerrado, por meio do Laboratório de Pesquisa da Interação Parasito-Hospedeiro (LAPIPH), da Universidade Estadual de Goiás (UEG).  

“Encontramos uma grande diversidade de parasitos nesse pacu, inclusive, há possibilidade de novas espécies. Essa diversidade não foi observada em outros peixes até o momento, o que demonstra que o registro do Myloplus nigrolineatus no rio Traíras foi inédito não só para a ictiofauna, mas também para o desenvolvimento de outras ciências, como a parasitologia. Entender a relação dos parasitos com seus hospedeiros e o meio é essencial para avaliar a saúde dos corpos hídricos. Estamos animados com os resultados”, diz a pesquisadora. 

Além dessa espécie de pacu, durante o levantamento, outras 40 foram encontradas no rio Traíras na extensão dentro do Legado Verdes do Cerrado.

Conservação do rio Traíras

O Legado Verdes do Cerrado, desde a sua fundação em 2017, investe na conservação do rio Traíras, um dos mais importantes da região. Isso porque esse rio é responsável pelo abastecimento de todo município de Niquelândia (47 mil habitantes, dados de 2021 do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). De acordo com David Canassa, diretor da Reservas Votorantim, empresa gestora do Legado Verdes do Cerrado, as pesquisas científicas realizadas no território direcionam o uso do território de forma que garanta a conservação dos corpos hídricos do Legado. “Os projetos científicos que desenvolvemos na Reserva norteiam o bom uso do território com as melhores práticas, sejam elas relacionadas à conservação ou à produção. A descoberta de mais uma espécie no território do Legado Verdes do Cerrado atesta a importância de áreas conservadas desse bioma para a biodiversidade brasileira e que estamos no caminho certo”, explica o diretor.

Além da conservação de matas ciliares e a recuperação de áreas degradadas, até o momento, o investimento total em iniciativas voltadas à preservação do Rio Traíras já ultrapassou R$ 300 mil reais. 

¹ Ota, Machado, Andrade, Collins, Farias & Herbek 2020

² https://www.scielo.br/j/ni/a/nsqvGRgQJCwvptnPsbGNZPt/?lang=en

Informações à Imprensa Legado das Águas 

Agência Terra Comunicação 

Laila Rebecca | lailarebecca@agenciaterracomunicacao.com  | 55 (12) 9 9686-3436 

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