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REDD+: a relação entre negócios, conservação e estabilidade climática

Área florestal administrada pela Reservas Votorantim na Mata Atlântica | Foto: Luciano Candisani

REDD+ é um conceito que está se reafirmando como um caminho de enfrentamento ao desmatamento e suas ramificações nas mudanças climáticas. Mas afinal, qual sua significância e representação no âmbito de soluções baseadas na natureza?

Fruto das negociações climáticas internacionais, como a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), o REDD+, sigla para Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal, é uma expansão do conceito REDD que busca não só promover atividades que reduzam o desmatamento, mas que conservem a biodiversidade, fomentem o manejo sustentável das florestas e promovam o aumento dos estoques de carbono nas matas, ou seja, tal abordagem reconhece o valor vital das florestas não apenas como sumidouros de carbono (CO2), mas como ecossistemas essenciais para a biodiversidade, o ciclo da água e o sustento de comunidades locais. Desta forma, ao proporcionar incentivos financeiros para países e comunidades que implementam práticas sustentáveis de manejo florestal e sua manutenção, o REDD+ cria um equilíbrio entre as necessidades econômicas e a conservação ambiental.

O mercado REDD+

A implementação de projetos REDD+ podem ser realizados por organizações públicas ou privadas. Nesta iniciativa, o volume de carbono armazenado em uma determinada área florestal é estimado e o alcance do desmatamento, caso o projeto não fosse estabelecido, é projetado. Deste modo, é possível calcular o volume de CO2 que seria emitido na atmosfera se o projeto REDD+ não fosse implantado.

A partir disto, os chamados “créditos de carbono” gerados podem ser negociados no mercado voluntário, o qual não possui relação com o mercado regulado, que é específico para atender as obrigações impostas por legislações nacionais ou acordos internacionais, como as metas de redução de gases de efeito estufa (GEE).

Apesar de ser um mecanismo alternativo, segundo o relatório da Ecosystem Marketplace, em 2021, o mercado voluntário teve 46% do volume total de créditos negociados através de projetos florestais e de uso do solo. Além disso, chegou a movimentação de 1 bilhão de dólares no mesmo ano, o que reafirma a importância do REDD+ no cenário global de mitigação das mudanças climáticas.

Área florestal administrada pela Reservas Votorantim no Cerrado | Foto: Arquivo Legado Verdes do Cerrado

Devido à sua extensão florestal, o Brasil tem sido um dos países focados nas discussões sobre REDD+. Nesse contexto, o Governo Federal criou o REDD+ Brasil, cujo objetivo é controlar o desmatamento e a degradação, ao mesmo tempo em que busca recuperar áreas florestais e fomentar um desenvolvimento sustentável no território. Um exemplo deste trabalho é o Fundo Amazônia, instrumento de financiamento de ações para REDD+, que já recebeu aproximadamente 3,4 bilhões de reais em doações, sendo mais de 93% fruto do governo da Noruega e 5%, do governo alemão. Contudo, a Floresta Amazônica não é a única com potencial para o estabelecimento de projetos REDD+.

Em 2022, a Reservas Votorantim, empresa de soluções baseadas na natureza, em parceria com a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) e as consultorias Ecosystem Regeneration Associates (ERA) e ECCON Soluções Ambientais, lançou o primeiro projeto de REDD+ do Cerrado brasileiro.

Por meio do Legado Verdes do Cerrado, 11,5 mil hectares de floresta nativa foram certificados para emissão de 316 mil créditos de carbono, compreendendo o período de 2017 a 2021. Na primeira comercialização, realizada no ano passado, a empresa gerou cerca de 3,8 milhões de reais. 

Para 2024, a expectativa da empresa é finalizar um novo projeto REDD+ para geração de créditos de carbono no Pantanal, certificando uma área superior a 10 mil hectares que, no planejamento, será disponibilizada para comercialização em 2025.

Área florestal administrada pela Reservas Votorantim no Pantanal | Foto: Arquivo Reservas Votorantim

O REDD+ não apenas é um catalisador para a proteção florestal, como corrobora com a interrelação entre a saúde das florestas, a estabilidade climática e o bem-estar social. Ele surgiu e se consolida como uma peça essencial na busca por soluções baseadas na natureza para os desafios ambientais globais, uma vez que em sua essência, inovação, negócios e conservação estão aliados, sendo pilares fundamentais para uma prosperidade mercadológica sustentável.

*Thayná Agnelli é jornalista formada pela FAPCOM, tem experiência em gestão de redes sociais e é responsável pela criação de conteúdo para a Reservas Votorantim.

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