Trabalhar sinergicamente com o desenvolvimento econômico, o bem-estar social e a conservação ambiental tem sido um modelo cada vez mais adotado pelas empresas. Não é à toa que o avanço da agenda ESG é uma tendência para 2024.
Conforme a pesquisa “Como está sua Agenda ESG?”, realizada pelo Pacto Global da ONU no Brasil, Stilingue e a consultoria Falconi, 78,4% das empresas afirmam que elaboram estratégias para seus negócios baseados nestes princípios. Além disso, o estudo “Panorama 2024”, da Amcham Brasil e Humanizadas, aponta que 51% dos empresários brasileiros entrevistados veem a Agenda ESG como a segunda principal tendência para o cenário empresarial do próximo ano.
E esse é mesmo o caminho que mercado e sociedade esperam.
De acordo com os resultados de um levantamento encomendado pelo Google à MindMiners, 83% dos brasileiros valorizam as organizações que buscam agir responsavelmente minimizando os impactos ambientais, ou seja, aquelas que atuam ligadas aos pilares da sustentabilidade fomentando a conservação dos ecossistemas e o desenvolvimento social e econômico do país.
Dentro desse conceito de trabalho norteado pelos critérios ESG, temos as emissões de títulos verdes, isto é, títulos de renda fixa emitidos por empresas, governos e organizações multilaterais que ajudam na viabilização de iniciativas econômicas sustentáveis empresariais.
Segundo o relatório Análise do Mercado na América Latina e Caribe, da Climate Bonds Iniciative, os mercados de títulos verdes, sociais, de sustentabilidade, vinculados à sustentabilidade e de transição (VSS+) na América Latina e Caribe alcançaram em 2022 154,1 bilhões de dólares. O maior mercado verde da região é o Brasil. No ano passado, o país teve 133 emissores e 234 títulos, o que representa 31,9 bilhões de dólares. No entanto, no final do primeiro semestre de 2023 já havia a um acumulado de 33,3 bilhões de dólares em dívidas verdes. A Energia renovável (56%) e uso da terra (20%) são as duas utilizações de recursos que lideram as emissões brasileiras de VSS+.
Tendências ESG para 2024
A responsabilidade social será mais do que uma escolha em 2024, será um requisito no universo corporativo. A adoção de práticas sustentáveis, assim como nos últimos anos, não será somente uma necessidade, mas um diferencial propulsor de novas oportunidades de mercado sinérgico à manutenção da floresta em pé, tão fundamental para a economia de baixo carbono.
Em relação ao pilar S, dos critérios ESG, o fomento da diversidade e inclusão no ambiente empresarial será imprescindível. Conforme as novas regras da Bolsa de Valores Brasileira (B3), promover a diversidade e representatividade nas empresas podem oferecer um novo panorama no mercado, uma vez que investidores e consumidores buscam por isso. Na pesquisa “Oldiversity: Impactos da Diversidade e Longevidade para Marcas e Negócios”, realizada pelo Grupo Croma, 67% dos entrevistados admiram marcas que apoiam a diversidade, por exemplo.
Em torno do fator G, a governança ética e a transparência serão fundamentais. Mais do que falar, as organizações precisam apresentar o que estão fazendo e quais são as ações realmente norteadas pelo princípio ESG, divulgando assim seus impactados e emissões relacionadas ao meio ambiente. Além disso, o zelo por todo o processo de trabalho será cobrado, visto que para uma empresa ser 100% ESG é necessário ter a ética e o respeito no centro dos negócios. Afinal, a tríade empresa, sociedade e meio ambiente são inseparáveis.
Reservas Votorantim e as práticas ESG
Atualmente, a Reservas Votorantim (RV) possui 130 mil hectares de territórios sob gestão, onde integra atividades econômicas com a proteção das florestas nativas, provando que é possível combinar conservação e geração de receita com impacto ESG.
Seu corpo técnico é formado por colaboradores de diversas áreas, como engenheiros agrônomos, administradores, advogados, jornalistas, turismólogos e biólogos, tendo a maioria dos cargos de liderança ocupados por mulheres. Atuando nas áreas corporativas e nos territórios administrados, esses profissionais formam uma equipe multidisciplinar com capacidade de oferecer as melhores soluções em gestão de territórios.
No Legado das Águas, Reserva de Mata Atlântica em alto grau de conservação a qual faz a gestão, a Reservas prioriza a contratação de mão de obra local, ou seja, 78% dos colaboradores são moradores do Vale do Ribeira – região onde o Legado está inserido. Além disso, priorizar uma equipe diversa também é uma prática da empresa, uma vez que enxerga na diversidade de perfis um ganho na evolução do negócio e no desenvolvimento pessoal e profissional de seus colaboradores.
Em adicional, a RV aderiu ao Pacto Global das Nações Unidas, expressando a intenção de implementar seus princípios sobre direitos humanos, trabalho, meio ambiente e combate à corrupção na estratégia, cultura e operações cotidianas da empresa. Também integrou todas as atividades de sua primeira reserva administrada, o Legado das Águas, aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, passando a publicar, desde 2021, um relatório de evolução e monitoramento.
Para a Reservas Votorantim, dentre as vantagens de trabalhar conectada com os pilares EGS está a geração real de valor compartilhado, a credibilidade e a segurança para quem usufrui dos produtos e serviços da companhia, visto que as iniciativas ligadas à sustentabilidade alavancam o valor de mercado dos clientes, uma vez que impactam toda a sociedade direta ou indiretamente.
Ao abraçar os princípios ESG, as organizações não só contribuem para seu êxito econômico, mas abrem portas para um futuro mais sustentável e benéfico para todos, onde reafirmam seu compromisso por um modelo de negócio focado em soluções baseadas na natureza.
* Thayná Agnelli é jornalista formada pela FAPCOM, tem experiência em gestão de redes sociais e é responsável pela criação de conteúdo para a Reservas Votorantim.