Não é segredo a importância das florestas para o equilíbrio ecológico, bem como para a regulação de todos os serviços ecossistêmicos. Por isso é fundamental que a proteção das florestas e sua biodioversidade seja assunto no mundo dos negócios.
Segundo informações do relatório “Global Forest Resources Assessment”, da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o planeta tem cobertura florestal de mais de 4 bilhões de hectares, o que representa 31% de todo o território terrestre, sendo que mais da metade estão na extensão de somente cinco países: Rússia, Brasil, Canadá, Estados Unidos e China.
As florestas brasileiras equivalem a 12% das matas globais e estão espalhadas por 58,5% de todo o território nacional, ou seja, cerca de 500 milhões de hectares são cobertos por elas, que são majoritariamente primárias. Todavia, apesar desses números expressivos, dados do Global Florest Watch, uma plataforma de monitoramento florestal da Universidade de Maryland-EUA, indica que, somente em 2021, o país perdeu 1,5 milhões de hectares de áreas nativas. Se analisarmos os últimos 20 anos (2001 a 2022), o déficit é de mais de 66 milhões de hectares de cobertura arbórea.
Esse cenário impacta diretamente não só na perda de biodiversidade, mas em todo o ciclo ecossistêmico, uma vez que quanto menor a extensão territorial florestal, maior a circulação de gás carbônico (CO2) na atmosfera.
E o que fazer? Simples, manter as florestas em pé!
Conservação florestal
As florestas possuem um papel imprescindível na estocagem de carbono. À medida que as árvores crescem, nos primeiros 20 anos, sequestram o gás CO2 da atmosfera e o fixam em sua biomassa ou o armazenam na matéria orgânica do solo. Contudo, esses tipos de contensões (armazenamento de CO2 em biomassa vegetal ou matéria orgânica) estão em queda. Segundo o Global Florest Watch, de 668 gigatoneladas em 1990, o carbono florestal caiu para 662 gigatoneladas em 2020, reafirmando assim a necessidade de combatermos o desmatamento, uma vez que com a redução da vegetação há a diminuição da retirada de CO2 da atmosfera.
Conforme resultados da Pesquisa de Sensoriamento Remoto, da FAO, o desmatamento mundial teve redução de cerca de 29% na segunda década do século XXI em comparação aos seus primeiros dez anos. Porém, a perda de florestas tropicais continua excessiva. Ainda de acordo com o levantamento, 90% do desmatamento global entre 2000 e 2018 foram de florestas tropicais, ou seja, devastação de 157 milhões de hectares, área equivalente ao tamanho da Europa Ocidental. Por região, a América do Sul foi a que mais derrubou suas florestas.
Dentre as alternativas para reverter esse cenário, fomentar a preservação das florestas está no topo. Conforme o relatório “O Estado das Florestas no Mundo 2022”, também elaborado pela FAO, interromper o desmatamento, restaurar terras degradadas, expandir métodos agroflorestais, fazer uso sustentável das florestas e construir cadeias de valor verdes são algumas soluções.
Restauração ecológica
A restauração ecológica faz parte dos compromissos nacionais e internacionais. Não à toa, estamos na “Década das Nações Unidas para a Restauração dos Ecossistemas”, onde há uma promessa mundial de recuperação de 1 bilhão de hectares de terras e costas, extensão maior que o território chinês.
Os ecossistemas sustentam a vida, seja ela animal, vegetal ou humana. Desta forma, se eles estiverem saudáveis, o planeta e seus moradores também estarão.
Tendo em vista esse conceito, a restauração ecológica é uma oportunidade de fortalecimento de estratégias para a promoção da conservação das florestas, sua biodiversidade e recursos.
No Brasil, segundo dados do Observatório da Restauração e Reflorestamento, mais de 79 mil hectares já foram restaurados, sendo que o maior índice é na Mata Atlântica que concentra 74 mil hectares recuperados, ou seja, 93% do total, seguido pelo Cerrado, que representa 5%.
Neste cenário, há a presença da Reservas Votorantim, que há oito anos possui a restauração ecológica no seu leque de serviços e soluções. Desta forma, vem ganhando espaço no mercado, tanto em projetos de áreas degradadas como na produção de espécies de flora nativa cultivadas nos viveiros dos Centros de Biodiversidade do Legado das Águas e do Legado Verdes do Cerrado, ambas reservas ambientais administradas pela empresa.
A empresa oferece os serviços de consultoria para elaboração de projetos técnicos de restauração florestal (PTRF) e orçamentos com o diagnóstico completo das áreas. A proposta inclui, ainda, o monitoramento do território implantado, acompanhando a evolução dos plantios e promovendo a adequação à legislação ambiental, conforme a necessidade.
Atualmente, existem 125 hectares com projetos de restauração já implantados em Mata Atlântica e 300 contratados. Já no Cerrado, houve a recuperação de mais de 45 hectares.
Além das frentes ofertadas exclusivamente pela empresa, a Reservas Votorantim também oferece soluções com parceiros, em projetos de restauração voluntários. Dois exemplos são a atuação junto à Nexway e ONG Iniciativa Verde. Enquanto o primeiro restaurou uma área degradada de 6 hectares no Parque Estadual do Jurupará, o segundo busca recuperar 164 hectares em quatro anos.
Na economia verde, a conservação florestal e sua recuperação caminham lado a lado com a geração de negócios. É um ciclo: manter a floresta em pé é proteger a vida de todos!
* Thayná Agnelli é jornalista formada pela FAPCOM, tem experiência em gestão de redes sociais e é responsável pela criação de conteúdo para a Reservas Votorantim.